sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Dois mais dois....



Uma das minhas resoluções para 2014, foi continuar a esforçar-me por ser uma profissional exemplar, mas não deixar que isso isso afecte o meu tempo e vida pessoal, ter tempo para mim, para as pessoas de quem gosto, porque no final, são elas que realmente importam e se irão recordar de mim. Algo que me fez acordar e tornar sensível a estas questões foi a doença de uma das pessoas mais importantes da minha vida, de facto, ela é curta, frágil…. hoje estamos aqui, amanhã poderemos não estar. Por isso, aos poucos, tenho tentado aproveitar as pequenas coisas que me dão prazer, como ouvir música, ler um bom texto, escrever quando as palavras não me faltam, ver uma série quando tenho tempo, e pensar, sobretudo pensar em temas críticos que estou cada vez mais convicta, que evitamos e nos acomodamos, ocupando-nos com trabalho para não sermos confrontados com eles.

O principal é a paixão, o amor, e o que advém deles, cheguei à conclusão que nunca vivi um amor na sua plenitude, porque simplesmente temos tendência a contentar-nos com alguém de quem gostamos efetivamente, mas que sabemos, e sentimos, que não é a pessoa certa para nós. Sim…. Tenho para mim, após muito pensar, que todos nós temos uma pessoa certa para nós e não várias, aquela pessoa que nos faz sentir como mais ninguém neste mundo. Só existe uma pessoa com quem dois mais dois são quatro, no entanto, encontramos muitas vezes resultados próximos de três, contudo, não são quatro. Como diz um amigo meu, mais velho, a maioria das pessoas, vive mais preocupada com a imagem que transmite, com o que é politicamente correto, e por isso vemos muitos namoros apagados e casamentos forçados, que recorrem a estratégias da psicologia bem conhecidas, para tentar reavivar o que já morreu. Gosto muito desse meu amigo, o F. é uma pessoa especial, madura, extremamente sincero, não se esconde atrás da sociedade para evitar tomar decisões, ele que teve um casamento em que a ex-mulher engravidou do segundo filho para evitar o divórcio, foi com a sua decisão adiante um ano mais tarde.

Contudo, custa-me acreditar no amor dos dias de hoje…. acredito plenamente na sua existência, contudo não acredito nas pessoas, cada vez mais comodistas, quem está em relações não se quer separar e correr riscos por amor e entra em negação, quem está só anda desesperado à procura do que diz ser um amor mas no fundo é um(a) parceiro(a), um parceiro, massajador de ego, a todo o custo… se olharmos à nossa volta, as pessoas são tão egoístas, medrosas, que não chegam a saber o que é o amor, e nisto o tempo vai passando, e elas não vivem, apenas existem….
Não consigo admirar pessoas que insistem em forçar e tentar salvar relações falhadas com argumentos como ouço ‘’no tempo dos nossos avós não existiam divórcios’’, é um argumento de opressão, apenas porque é o caminho mais fácil a seguir, mais cómodo, admiro sim pessoas que têm coragem de admitir que não é aquilo que realmente querem, e que decidem lutar pela sua felicidade antes que o tempo expire. Isso não significa que não tenha valido a pena, significa apenas que o caminho a seguir não é mais aquele. Todos nós erramos, aprendemos errando, mas pior que errar, é ignorar o erro e temer a mudança.

Escrevo estas palavras ao som da minha música clássica preferida (Debussy – Clair de Lune) quando tinha que dançar um solo nos tempos de Ballet… ao mesmo tempo que me emociono, porque sei que talvez me canse um dia, e passe a ter uma vida ‘’mais ou menos’’ como diz Chico Xavier, desistindo de lutar por mim e cedendo às pressões da sociedade, ou uma solteira em busca de outro ‘’quatro’’, de um que queira embarcar numa vida ao meu lado, com que o ela trará de bom e menos bom.

Mas que nunca deixe de ser quem sou, capaz de esboçar um sorriso mesmo quando sinto alguma tristeza ou decepção, e sobretudo, ter a força para ser sempre o colo, o porto de abrigo, dos meus amigos e família quando precisam quem os aconselhe e oriente, algo que sucede cada vez mais.

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