quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Amor - Era da Procrastinação


O título não poderia ser mais estranho, contudo tenho para mim que no que diz respeito ao Amor e à Paixão, vivemos na Era da Procrastinação.
Existe um texto do Miguel Esteves Cardoso que comprova bem isto ''Elogio ao Amor'', e descreve as relações de hoje, as quais se gerem mais por conveniência, amizade, aquela ''coisa'' morna que nem dá calor, nem arrepia, mas vai-se tolerando e relevando, adiando, é o mais ou menos, o mediano, o fillet mignon au point. 
Sou uma observadora nada, defeito de profissão, e concluo que as pessoas, de um modo geral, não estão para se incomodar muito, porque encontrar a ''tal'' relação dá trabalho e requer investimento, porque trazem consigo uma bagagem considerável e têm medo de errar novamente, ou simplesmente porque não pretendem responsabilidades e compromissos. De facto, o que vale a pena, regra geral dá trabalho!
Se me perguntarem, muito honestamente, eu não tenho paciência para a maioria das pessoas da geração dos 30 anos, não sabem o que querem da vida, lembram-me eu quando tinha 12 ou 13 anos.
Não concordo com textos que atacam o género masculino, elas andam em desespero total, metem-se com qualquer um, oferecem-se de bandeja, e não, não acho que eles ''coitados'' têm de alinhar, mas também não estão para se incomodar quando surge uma mulher mais difícil, que requer maior atenção, e gestos, conversas com conteúdo, por aí. Assim como muitas delas também não estão dispostas a perder o seu tempo com o conhecer alguém, e quem sabe conquistar... é igual.
As conversas são sempre as mesmas, os traumas, é tudo uma ''associação'' de gente traumatizada, que se saem com frases do tipo ''O problema não és tu, sou eu que não me consigo (ou não quero) afeiçoar a ninguém'', isto já depois das coisas irem avançadas. 
Acho que devo ter ouvido esta pérola uma vez na vida, e como gostava tanto do ''rapaz'' na altura, porque éramos uns miúdos da faculdade, fiquei destroçada, chorei baba e ranho um tempão. Mas sei que continua no Top das mais utilizadas, por desabafos que escuto e tento aconselhar.
Ninguém é perfeito, todos temos medos... todos temos dúvidas e por vezes bloqueios... mas lembrem-se que só vivemos uma vez, além de que, se não estamos certos de algo, e que tal pensar nos outros? Nos danos colaterais? Se não temos certezas ficamos quietos... simples. Se até gostamos da pessoa, da companhia, das conversas, porque não arriscar? Sempre cientes da responsabilidade inerente... e sendo sinceros, transparentes. 
Talvez por isso não tenha paciência para estas ''novelas'' de hoje... sempre fui muito pragmática desde nova, e contraditoriamente bastante sensível também, mas objetividade nunca me faltou, ou é ou não é, quando alguém (ele ou ela) entram em zonas cinzentas do ''Ah não sei, estou confuso/a, é complicado'', não acho de todo aceitável nas gerações dos 30 adiante. 
Somos adultos ou crianças? Isto não é uma questão de insensibilidade, mas sim de caráter e bom senso.
Por isso é que sou da opinião que a Paixão e o Amor, entraram em processo de lay-off.... o que não deixa de ser um desgosto para mim dado que sempre fui uma sonhadora sem limites....

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